Você foi fazer compras e a loja se recusou a aceitar o pagamento em dinheiro?
Embora o uso de cartões e meios digitais esteja em alta, o dinheiro em espécie ainda é a forma de pagamento oficial em muitos países, incluindo o Brasil. E a legislação brasileira é clara: há obrigatoriedade em aceitar dinheiro como forma de pagamento.
Neste texto, vamos entender as regras e leis que regulamentam essa questão, esclarecer quando é permitido o uso de outras formas de pagamento e o que você pode fazer se se deparar com uma loja que não aceita dinheiro.
Continue lendo para entender seus direitos como consumidor e como proceder em situações de recusa de pagamento em espécie.
Loja pode recusar pagamento em dinheiro?
Vamos direto ao ponto! Uma loja não pode recusar pagamento em dinheiro.
De acordo com o artigo 43 da Lei das Contravenções Penais, recusar pagamento em moeda corrente (dinheiro) é considerado uma contravenção penal e pode resultar em multa para o estabelecimento. O dinheiro em espécie é a forma de pagamento oficial e deve ser aceito por todos os estabelecimentos comerciais.
Se um consumidor encontrar uma situação onde um estabelecimento se recusa a aceitar dinheiro como forma de pagamento, ele pode procurar seus direitos para resolver a questão.
Conheça os principais direitos do consumidor.
Recusar dinheiro como forma de pagamento é proibido, mas, e recusar cartões, pode?
A recusar dinheiro como forma de pagamento é proibido no Brasil, mas recusar cartões de crédito ou débito é permitido.
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, CDC, e o artigo 43 da Lei das Contravenções Penais, estabelecimentos comerciais são obrigados a aceitar a moeda corrente do país, ou seja, dinheiro em espécie. Por outro lado, não existe uma lei que obrigue os estabelecimentos a aceitarem cartões de crédito ou débito como forma de pagamento.
Isso significa que os comerciantes têm a liberdade de escolher se querem ou não oferecer essa opção de pagamento. Se optarem por não aceitar cartões, eles devem informar claramente essa política aos clientes antes da realização da compra.
Dessa forma, enquanto os estabelecimentos devem aceitar dinheiro, eles podem, legalmente, recusar pagamentos por cartão, desde que essa informação seja comunicada de forma clara aos consumidores.
Saiba também: Restaurante pode cobrar multa por perda de comanda?
O estabelecimento pode ter preços diferentes para crédito, débito e dinheiro?
Outro ponto importante são os preços para cada tipo de forma de pagamento.
Um estabelecimento pode praticar preços diferentes para pagamentos feitos em crédito, débito e dinheiro. Desde a publicação da Lei 13.455/2017, essa prática é permitida no Brasil. A lei autoriza que os comerciantes ofereçam descontos ou alterem o preço dos produtos e serviços com base na modalidade de pagamento escolhida pelo consumidor.
Por exemplo, é possível que um produto tenha um preço para pagamento com cartão de crédito, outro para pagamento com débito, e um terceiro preço para pagamento em dinheiro. Essa diferenciação pode ser usada pelos estabelecimentos para cobrir custos adicionais associados a algumas formas de pagamento, como taxas de administração de cartões.
Porém, é importante que os estabelecimentos informem claramente aos consumidores sobre as diferenças de preços.
A informação deve ser visível e de fácil entendimento, geralmente por meio de cartazes, displays ou avisos no próprio estabelecimento. Isso garante transparência e permite que o consumidor tome uma decisão informada sobre a forma de pagamento que prefere usar.
O Pix é seguro?
O Pix se tornou uma das principais formas de pagamento no Brasil e ele é, sim, considerado seguro.
A segurança do Pix é garantida por várias camadas de proteção e regulamentações como, por exemplo:
- Sigilo bancário: isso significa que as informações dos usuários e das transações são mantidas confidenciais;
- Criptografia e autenticação: assim como outras transações bancárias (TED, DOC), as operações do Pix utilizam criptografia para proteger os dados durante a transferência. Além disso, as transações passam por processos de autenticação, como senha, biometria ou outros métodos de segurança aplicados pelos bancos;
- Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): lei que estabelece diretrizes para o tratamento de dados pessoais, garantindo que as informações dos usuários sejam usadas de forma ética e segura;
- Monitoração constante: instituições financeiras que operam com o Pix possuem sistemas de monitoramento para detectar atividades suspeitas ou fraudes, o que ajuda a prevenir possíveis ataques e a proteger os usuários;
- Recursos de segurança dos aplicativos bancários: esses apps têm medidas de segurança adicionais, como autenticação de dois fatores, reconhecimento facial ou digital, e bloqueio em caso de tentativas suspeitas de acesso.
Apesar dessas medidas de segurança, é essencial que os usuários também adotem boas práticas, como não compartilhar suas chaves Pix (e-mail, telefone, CPF/CNPJ ou chave aleatória), manter aplicativos e sistemas operacionais atualizados, e desconfiar de mensagens ou links suspeitos que possam tentar obter suas informações bancárias.
Fui em uma loja e ela não aceitou pagamento em dinheiro. O que devo fazer?
Se você foi a uma loja e a loja se recusou a aceitar pagamento em dinheiro, você pode seguir estes passos abaixo para garantir seus direitos:
- Verifique a comunicação do estabelecimento: certifique-se de que a loja não tem uma comunicação visível ou aviso prévio informando que não aceita dinheiro. Às vezes, as lojas podem ter políticas específicas que devem ser claramente comunicadas aos clientes;
- Solicite informações ao atendimento: pergunte ao atendente ou responsável pelo estabelecimento sobre a recusa de pagamento em dinheiro. Pode ser que a recusa seja um erro ou que haja uma explicação específica;
- Faça uma reclamação formal: se a loja não fornecer uma justificativa adequada ou se você achar que a recusa foi indevida, você pode registrar uma reclamação. Utilize um canal de atendimento ao cliente da loja ou um formulário de reclamação, se disponível.
Lembre-se de que a recusa de aceitar pagamento em dinheiro é uma violação da Lei das Contravenções Penais, e você tem o direito de buscar a proteção dos seus direitos como consumidor.
Para isso, você pode contar com a ajuda de um advogado especializado em direito do consumidor. Entre em contato com a equipe Quero Meus Direitos de forma gratuita e sem compromissos e tenha seus direitos garantidos!