Com a chegada da Black Friday, muitos consumidores se preparam para aproveitar as ofertas e descontos que prometem preços imperdíveis. Porém, esse período também é um terreno fértil para práticas enganosas, como o famoso: “metade do dobro“.

Neste texto, vamos falar sobre como identificar essas armadilhas publicitárias, além de fornecer orientações sobre o que fazer caso você se torne uma vítima desse tipo de fraude.

Com essas informações, você estará mais preparado para fazer compras conscientes e seguras durante a Black Friday. Continue a leitura!

“Metade do dobro”: O que é propaganda enganosa?

Propaganda enganosa é uma prática publicitária que utiliza informações falsas ou enganosas para promover produtos ou serviços, induzindo o consumidor a tomar decisões que normalmente não tomaria se tivesse acesso às informações corretas.

Essa prática pode incluir exageros nas características do produto, omissões de informações relevantes ou a apresentação de preços que não refletem a realidade.

No Brasil, a propaganda é regulamentada pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), que estabelece que toda publicidade deve ser clara e verdadeira. O artigo 37 do CDC proíbe expressamente práticas enganosas e estabelece que o consumidor tem direito à reparação por danos causados por esse tipo de publicidade. Além disso, o artigo 30 determina que toda informação ou comunicação publicitária deve ser verdadeira, clara e precisa, evitando confundir ou induzir o consumidor a erro.

As consequências para empresas que praticam propaganda enganosa podem incluir penalidades administrativas, como multas, e ações judiciais movidas por consumidores lesados. O consumidor, por sua vez, pode buscar o ressarcimento dos danos através de órgãos de defesa do consumidor ou diretamente na Justiça.

O que é a “Black Fraude” e por que os golpes aumentam nesta época?

A “Black Fraude” é um termo que se refere a uma série de golpes e fraudes que ocorrem durante o período da Black Friday.

Nesta época, as empresas costumam oferecer descontos significativos, atraindo muitos consumidores em busca de boas oportunidades. Porém, a combinação da alta demanda por produtos com a urgência das promoções cria um ambiente propício para que golpistas atuem.

Os golpes tendem a aumentar durante a Black Friday por várias razões:

  • Urgência e pressão: as promoções são frequentemente limitadas por tempo ou quantidade, fazendo com que os consumidores sintam uma pressão para comprar rapidamente. Isso pode levar a decisões impulsivas, onde os consumidores podem não verificar a autenticidade da oferta ou da loja;
  • Atração de ofertas irresistíveis: golpistas muitas vezes criam anúncios falsos com ofertas que parecem boas demais para serem verdade. Isso pode incluir produtos a preços muito abaixo do mercado, levando os consumidores a clicarem em links maliciosos ou a fornecer suas informações pessoais;
  • Falta de familiaridade com o e-commerce: com o crescimento das compras online, muitos consumidores podem não estar totalmente familiarizados com as práticas seguras de compra na internet. Isso os torna mais vulneráveis a fraudes;
  • Phishing e sites falsos: durante a Black Friday, há um aumento de sites falsos que imitam lojas legítimas. Além disso, ataques de phishing se intensificam, onde consumidores recebem e-mails ou mensagens de texto fraudulentas que parecem ser de varejistas confiáveis.

Como identificar propaganda enganosa na Black Friday?

Para evitar cair em propaganda enganosa, é preciso saber identificá-la. Por isso, separamos abaixo algumas dicas:

  1. Compare preços: utilize ferramentas de comparação de preços disponíveis online, que permitem visualizar o histórico de preços de um item em diferentes lojas. Isso ajuda a identificar se o preço atual realmente representa um desconto em relação ao que foi cobrado anteriormente. Se um desconto parecer excessivo ou se o preço anterior não for consistente com os valores reais de mercado, isso pode ser um sinal de que a loja está praticando propaganda enganosa;
  2. Verifique a autenticidade do desconto: muitos consumidores são atraídos por descontos significativos, mas é importante verificar se esses descontos são autênticos. Às vezes, os varejistas aumentam o preço de um produto antes da Black Friday, apenas para oferecer um desconto que parece vantajoso. Para evitar cair nessa armadilha, compare os preços dos produtos nas semanas que antecedem a Black Friday;
  3. Leia as condições da oferta: ao encontrar uma promoção, é crucial ler atentamente todas as condições relacionadas à oferta. As letras miúdas muitas vezes escondem informações importantes, como limitações de estoque, prazos de entrega ou taxas adicionais que podem comprometer a economia aparente;
  4. Pesquise a reputação da loja: faça uma busca por avaliações de outros consumidores e procure por relatos de experiências negativas. Sites de reclamções e plataformas sociais são ótimos recursos para verificar se a loja é confiável;
  5. Cuidado com sites falsos: durante a Black Friday, há um aumento significativo de sites fraudulentos que se passam por lojas legítimas. Para evitar cair em golpes, sempre verifique se o endereço do site é seguro, começando com “https://”. Além disso, busque por informações de contato claras, como números de telefone ou endereços físicos;
  6. Desconfie de pressão para comprar: ofertas que criam um senso de urgência, como “estoque limitado” ou “promoção válida apenas por algumas horas”, podem ser uma estratégia de vendas para induzir os consumidores a comprar rapidamente. Essa pressão pode levar a decisões impulsivas, que geralmente resultam em arrependimento;
  7. Consulte órgãos de defesa do consumidor: se você suspeitar que uma oferta pode ser enganosa ou se já tiver sido vítima de uma fraude, consulte órgãos de defesa do consumidor, como o Procon. Esses órgãos oferecem informações e orientações sobre direitos do consumidor e podem ajudar a resolver conflitos com empresas.

Fui vítima de Black Fraude, o que fazer?

Se você foi vítima de uma “Black Fraude“, é importante agir rapidamente para tentar minimizar os danos e buscar reparação. Para iss:

1.     Reúna documentação

Colete todas as evidências relacionadas à compra. Isso inclui:

  • Comprovantes de pagamento (como recibos ou extratos bancários);
  • E-mails de confirmação de pedido;
  • Capturas de tela da oferta que você adquiriu;
  • Mensagens trocadas com a loja, se houver.

Ter toda a documentação em mãos facilitará a sua reclamação e o processo de resolução.

2.     Entre em contato com a loja

Tente entrar em contato com a loja onde você fez a compra. Muitas vezes, empresas legítimas têm um serviço de atendimento ao cliente que pode ajudar a resolver problemas. Explique sua situação de forma clara e forneça as evidências que você reuniu.

Se a loja não responder ou não oferecer uma solução satisfatória, você pode considerar os próximos passos.

3.     Registre uma reclamação em Órgãos de Defesa do Consumidor

Caso a loja não resolva a situação, registre uma reclamação em órgãos de defesa do consumidor, como:

  • Procon: o Procon pode ajudar a mediar a situação e orientar sobre os direitos do consumidor;
  • Reclame aqui: essa plataforma permite que você publique sua reclamação e, muitas vezes, as empresas respondem rapidamente para resolver problemas.

4.     Considere a ação judicial

Se a situação não for resolvida e você não receber seu dinheiro de volta, pode ser necessário considerar a possibilidade de uma ação judicial.

Antes de proceder, consulte um advogado ou um especialista em direito do consumidor para entender as melhores opções e estratégias para o seu caso.

Conte com o Quero Meus Direitos para isso. Acesse o site Quero Meus Direitos e saiba como se proteger de propaganda enganosa.

5.     Cancele o Pagamento, se Possível

Se você fez o pagamento com cartão de crédito, entre em contato com a administradora do cartão e informe sobre a fraude. Dependendo da situação, você pode conseguir contestar a cobrança e obter o estorno do valor.

6.     Monitore suas informações pessoais

Após ser vítima de uma fraude, é fundamental monitorar suas informações pessoais. Caso você tenha fornecido dados sensíveis, como CPF ou dados bancários, fique atento a possíveis usos indevidos. Considere também alterar senhas de contas online e habilitar a autenticação em duas etapas, quando disponível.

7.     Compartilhe sua experiência

Por fim, compartilhar sua experiência pode ajudar outras pessoas a evitar cair em fraudes semelhantes. Utilize plataformas de avaliação e redes sociais para relatar o que aconteceu, alertando outros consumidores sobre as práticas da loja ou do site.